quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

(4) ANSIEDADE

A angústia é um sentimento de ansiedade e apreensão cujo termo originalmente foi empregado por Soren Kierkegaard, filosofo e teólogo dinamarquês (1813-1855), na sua obra “Conceitos de Angústia”.Nela, ele identifica a angústia como condição preliminar da essência humana, condição essa que emergiria sempre que o homem se encontra diante de uma escolha. Destarte, frente à infinidade delas, inúmeras vezes ele se torna refém da angústia por estar ciente que, para cada possibilidade de acerto, há centenas de chances de não acertar. Para este filosofo a angústia estaria ligada a noção de que, diante de qualquer evento que exige uma decisão, como há sempre a possibilidade de errar, este erro pode trazer como conseqüência fatos ou situações que não deseja. Penúria, sofrimento, queda de status etc.Diferentemente do animal, que por ser desprovido de uma inteligência maior, na medida do razoável, vez que é incapaz de desenvolver expectativa, tem sua sobrevivência garantida por seus instintos, o homem, mesmo se dotado de razão, é abandonado a si mesmo. Isto é, cabe a ele, e tão somente a ele, decidir o que fazer diante dos eventos que permeiam sua vida, tendo como antecipadamente projetar que, se erra, pode ser forçado a enfrentar conseqüências perigosas ou até lesivas à sua existência. Assim sendo, pelo fato de que cada um participa da mesma condição diante do ato de escolher, a angústia é necessariamente um fundamento inalienável da existência humana.Atualmente a tendência é definir a angústia como uma noção de frustração e mal-estar, um sofrimento psicológico que pode degenerar em diversas patologias.A ansiedade, entretanto, mesmo se é considerada sinônimo da angústia, é caracterizada por uma sensação de medo, conseqüentemente insegurança, não ligada a nenhum simbolismo específico. Distingue-se do medo, assim como este é entendido, pelo fato de não ser especifica, indefinida ou derivada de um conflito anterior, e sua sinalização somática é uma hiper-atividade do sistema nervoso autônomo.A ansiedade, ainda, pode ser definida como uma complexa combinação de emoções negativas que incluem o medo, à apreensão e preocupação, e na maioria das vezes é acompanhada por disfunções físicas como a taquicardia, pressão no peito, respiração ofegante, náusea ou tremores internos.Pode provocar, ainda, além de outros problemas médicos ou psiquiátricos, distúrbios cerebrais primários como o estreitamento de vasos que, mesmo manifestando-se por dores de cabeça, em verdade, por delimitarem o fluxo do sangue, se responsabilizam por mini-derrames (espasmos cerebrais) como aquele que se manifesta quando a boca fica oblíqua com o sem formigamento ou a paralisia de uma face.A ansiedade, aparentemente (Seligman, Walker & Rosenhan, 2001) contém um componente cognitivo, um somático, um emocional e outro comportamental.O componente cognitivo seria acionado quando o indivíduo passa a temer que suas expectativas em relação ao futuro não se realizem porque diante de si há a possibilidade de enfrentar dificuldades financeiras, de status, bem-estar social, solidão ou saúde. Enfim, quando se acobarda diante de um perigo difuso e incerto, ou seja, que naquele momento não existe.Este receio, contudo, deveria se restringir àqueles que, por terem enfrentado situações que consideram humilhantes no passado, por não confiarem em si mesmos, temem que se repitam (o fator insegurança tão explorado pelos psicólogos). Entretanto, este temor é manifesto também pelos que sempre foram bem sucedidos, desde que, nos anos, não tenham conseguido amealhar um patrimônio que lhe garanta a manutenção do seu status até que seja necessário.Há autores, considerando estes aspectos, que afirmam que a ansiedade é um componente da dinâmica existencial da era moderna: sociedade industrial, competitividade, consumismo desenfreado e assim por diante. Dizem que a simples participação do indivíduo na sociedade contemporânea já preenche, por si só, o requisito suficiente para o surgimento da ansiedade. Por conseguinte, para eles, viver ansiosamente é a condição do homem moderno ou um destino ao qual, de alguma maneira, todos estamos atrelados.Do ponto de vista somático (segundo o paradigma cartesiano, claro, aquele enfoque mecanicista que transforma o homem em máquina) o corpo, por meio da homoestase, prepara o organismo para enfrentar a ameaça (reação de emergência): a pressão do sangue e a freqüência cardíaca aumentam, aumenta a sudoração assim como o fluxo sanguíneo rumo aos mais importantes grupos musculares. Em contra partida, devido á prioridade momentaneamente atribuída ao fluxo sanguíneo, o sistema imunológico bem como o digestivo perdem eficiência. Está explicador agora, porque a maioria dos angustiados (estressados) não fazendo a digestão, sofre de dores crônicas a grande maioria das vezes ocasionadas por gases.Enquanto isso, externamente, os sinais somáticos da ansiedade podem incluir a palidez, suor, tremor e dilatação das pupilas.Do ponto de vista emocional, a ansiedade causa a percepção de medo, pânico, náuseas, suores e calafrios. Enquanto que do comportamental podem se esperar procedimentos voluntários como involuntários dirigidos à fuga ou destinados a evitar a fonte de ansiedade.

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